Condenação histórica por crimes sexuais em série
O cineasta James Toback foi condenado por um júri de Nova York a pagar US$ 1,68 bilhão (cerca de R$ 9,7 bilhões) por uma série de agressões sexuais cometidas ao longo de décadas contra dezenas de mulheres. A sentença foi divulgada nesta semana e marca uma das maiores indenizações já impostas no contexto do movimento #MeToo.
Reconhecido por filmes como “O Rei da Paquera”, estrelado por Robert Downey Jr. em 1987 e pelo roteiro de “Bugsy”, que lhe valeu indicação ao Oscar em 1992, Toback tornou-se um dos primeiros nomes proeminentes da indústria do entretenimento a ser exposto por condutas abusivas. De acordo com a revista Variety, mais de 40 mulheres prestaram depoimento no tribunal detalhando como foram assediadas e agredidas sexualmente pelo diretor.
Atrizes relatam padrão de abordagem com promessas falsas
Entre as vítimas estão atrizes conhecidas como Julianne Moore, Rachel McAdams e Caterina Scorsone, esta última famosa por seu papel em “Grey’s Anatomy”. Todas descreveram um padrão semelhante de comportamento: Toback se aproximava de mulheres nas ruas de Nova York com propostas enganosas de trabalho no cinema, usando sua posição na indústria como isca para coação sexual.
Mary Monahan, principal denunciante do processo, celebrou o desfecho do julgamento. “Durante anos, carreguei esse trauma em silêncio. Hoje, fomos ouvidas. Este veredicto não é apenas um valor, é um reconhecimento da nossa verdade e da nossa coragem. Ele não pode mais esconder o que fez”, declarou.
Réu não se defendeu e foi julgado à revelia
Apesar da gravidade das acusações e da visibilidade do caso, James Toback, de 80 anos, optou por não comparecer às audiências e não apresentou defesa formal. O julgamento, que durou sete dias, foi realizado à revelia e culminou em uma condenação considerada emblemática pelas vítimas e observadores do movimento de combate ao assédio sexual em Hollywood.
