
Lançado pela Netflix, The Electric State dividiu opiniões e, para muitos, foi uma decepção. O filme, baseado no livro de Simon Stålenhag, prometia uma jornada melancólica e visualmente impressionante, mas entregou um blockbuster confuso e sem profundidade.
Enquanto o filme da Netflix falhou em traduzir a sensibilidade da obra original, uma série de 2020 conseguiu realizar essa tarefa de forma bem suscedida. Contos do Loop, lançada no Prime Video, adaptou fielmente o universo de Stålenhag, explorando os mistérios e a melancolia de sua ficção científica de maneira envolvente e autêntica.
Infelizmente, a produção passou despercebida pelo grande público, mas ainda merece ser descoberta.
Um retrato fiel da ficção de Stålenhag
Diferente de The Electric State, que apostou em ação e efeitos visuais grandiosos, Contos do Loop manteve a simplicidade e a atmosfera contemplativa que definem o trabalho do autor. A trama se passa em uma pequena cidade onde um misterioso centro de pesquisas, conhecido como Loop, influencia a vida dos moradores de formas inesperadas.
A adaptação da Prime Video respeitou não apenas o estilo narrativo de Stålenhag, mas também sua estética visual. O design de produção capturou com precisão os cenários vazios e melancólicos presentes nas ilustrações do autor. A direção de fotografia reforça essa sensação, usando enquadramentos que valorizam o espaço e o silêncio para criar uma atmosfera de mistério e solidão.
A série segue um formato antológico, com cada episódio explorando uma história diferente dentro do universo da série. No entanto, ao contrário de séries como Black Mirror, os personagens e eventos estão interligados, criando uma continuidade entre os episódios.
Entre os enredos apresentados, há momentos que misturam ficção científica e drama de maneira tocante. Uma garota se vê perdida no tempo, dois amigos descobrem um dispositivo que troca seus corpos, um casal encontra uma forma de parar o tempo ao seu redor. Essas histórias, apesar de contarem com elementos sci-fi, têm como foco central as emoções e dilemas humanos.
Um elenco e uma equipe de peso
A produção é uma adaptação de Tales from the Loop, lançado em 2014. O livro é uma coleção de ilustrações e contos que exploram um mundo de ficção científica alternativo, onde a tecnologia avançada se mistura com a natureza e o cotidiano de maneira surreal.
Além disso, a série se destaca por seu elenco, que conta com atuações de Rebecca Hall e Jonathan Pryce. As performances são sutis e carregadas de emoção, encaixando-se perfeitamente na atmosfera contemplativa da narrativa.
Atrás das câmeras, a série também contou com uma equipe experiente. A produção teve participação de Matt Reeves (The Batman), enquanto diretores renomados como Jodie Foster e Andrew Stanton ajudaram a dar forma às histórias.
Toda a qualidade técnica e narrativa se reflete na recepção da crítica. A série conta com impressionantes 87% de aprovação da crítica especializada no Rotten Tomatoes, contrastando com o desempenho de The Electric State, que, apesar de gerar expectativa, obteve apenas 14% de aprovação na mesma plataforma.
Enquanto The Electric State falhou em transmitir a profundidade emocional e filosófica da obra original, a série da Prime Video conseguiu entregar uma experiência fiel e impressionate. Sua narrativa lenta e reflexiva pode não agradar a quem espera uma ficção científica recheada de cenas de ação, mas é um prato cheio para quem busca histórias que exploram o humano através do surreal.
The Electric State está disponível na Netflix, enquanto Contos do Loop está disponível na Prime Vídeo.
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