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A nova adaptação de Branca de Neve, dirigida por Marc Webb, é uma surpresa agradável para quem esperava mais uma releitura previsível do clássico conto de fadas. O filme não reinventa a roda, mas consegue trazer uma abordagem que respeita a história original enquanto adiciona camadas modernas que a tornam mais relevante para o público contemporâneo.
A magia do conto de fadas está presente em cada cena, desde o castelo majestoso até a floresta encantada, e a fotografia desempenha um papel crucial em criar essa atmosfera de sonho. No entanto, o filme não se limita a ser apenas uma recriação visualmente deslumbrante; ele tenta, com algum sucesso, aprofundar os personagens e suas motivações.
No centro da trama está Rachel Zegler, que dá vida a Branca de Neve com um equilíbrio delicado entre inocência e força. Zegler, conhecida por sua atuação em West Side Story, traz uma energia vibrante ao papel, capturando a essência da personagem enquanto a atualiza para os padrões atuais. Sua Branca de Neve é mais do que uma donzela em perigo; ela é uma jovem determinada e resiliente, que enfrenta seus desafios com coragem e compaixão.


Não poderíamos falar de Branca de Neve sem trazer a Rainha Má, interpretada aqui pela belíssima Gal Gadot. Ela interpreta a vilã com uma presença magnética e uma intensidade que rouba a cena. Gadot consegue transmitir a obsessão da antagonista pela beleza e pelo poder de forma convincente, tornando-a uma antagonista complexa e fascinante, embora ainda dentro dos limites do que já conhecemos.
Os sete anões, por sua vez, são interpretados por um grupo diversificado de atores que trazem personalidade e humor ao grupo. Martin Short, Peter Dinklage e Josh Gad estão entre os nomes que compõem o elenco, cada um contribuindo com sua própria marca de carisma e comicidade. Dinklage, em particular, se destaca ao trazer uma profundidade emocional ao seu personagem, algo que nem sempre vemos em versões anteriores. A dinâmica entre os anões e Branca de Neve é um dos pontos altos do filme, com momentos de humor e afeto que ajudam a equilibrar o tom da narrativa.
A trama, é claro, segue o caminho já conhecido: a maçã envenenada, o espelho mágico e o despertar do verdadeiro amor estão todos lá. No entanto, o roteiro tenta inovar em pequenos detalhes, como na dinâmica entre os personagens e em algumas reviravoltas que, embora não sejam revolucionárias, ajudam a manter o interesse. A trilha sonora, inspirada nos clássicos da Disney, complementa perfeitamente a narrativa, evocando nostalgia sem parecer repetitiva.


Onde o filme talvez peque é na falta de ousadia. Ele não se afasta muito do que já foi feito antes, o que pode deixar alguns espectadores desejando por uma abordagem mais arriscada. Ainda assim, é uma adaptação competente e bem-executada, que sabe como entreter e emocionar. Não é uma obra-prima, mas também não é uma decepção. É um filme que honra a tradição do conto de fadas enquanto tenta, mesmo que timidamente, trazer algo novo para a mesa.
No final das contas, esta versão de Branca de Neve é uma experiência encantadora, repleta de magia e lições atemporais. Pode não ser o filme mais original do ano, mas é uma adição digna ao legado de uma das histórias mais amadas da Disney. Para os fãs do conto original e para aqueles que buscam uma narrativa reconfortante, é uma jornada que vale a pena ser vivida. O elenco, com suas performances sólidas e cativantes, é um dos pilares que sustenta essa adaptação, tornando-a uma celebração do clássico que continua a encantar gerações.
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