

Por muitas vezes, desde o início da era do cinema, Hollywood aproveita de seu próprio cenário para ambientar histórias que vão do drama a comédia. De tempos em tempos, surgem obras que exploram os bastidores da indústria cinematográfica, revelando o funcionamento de um mundo que mistura arte, negócios e egos inflados.
Agora, o Apple TV+ se junta a esse movimento com uma nova produção que aposta em humor, ritmo acelerado e uma boa dose de caos para contar sua história. Protagonizada e dirigida por Seth Rogen, O Estúdio acompanha os bastidores de um estúdio fictício, o Continental Studios, e mostra como cada decisão criativa ou executiva pode transformar um filme em sucesso ou fracasso absoluto.
Na trama, Rogen interpreta Matt Remick, o novo chefe dos Estúdios Continental. A promoção representa a realização de um sonho, mas o que parece uma grande conquista logo se mostra um desafio constante. Com produções problemáticas, artistas difíceis de lidar e pressões corporativas, Matt precisa equilibrar suas ambições criativas com as expectativas de uma indústria cada vez mais acelerada.
O primeiro grande teste do protagonista surge com a proposta de um blockbuster sobre o Kool-Aid, bebida popular nos Estados Unidos. O projeto, imposto por Griffin Mill (Bryan Cranston), simboliza os conflitos entre arte e mercado, cada vez mais presentes em nossa realidade.


Uma nova liderança em meio ao caos
Com dez episódios de meia hora, a primeira temporada aposta em narrativas fechadas por capítulo, com arcos que se conectam ao longo da série. A cada capítulo, a narrativa se concentra em um novo obstáculo: desde a perda de um rolo de filme até a realização de um plano-sequência tecnicamente ambicioso.
Seu diferencial atrativo, no entanto, é o uso criativo da linguagem do próprio cinema para contar suas histórias. Um episódio em formato noir, outro todo filmado em plano-sequência e cenas que brincam com gênros e estilos clássicos são utilizados para ilustrar o caos cotidiano de um estúdio.
O elenco fixo traz nomes como Catherine O’Hara (Patty Leigh), Ike Barinholtz (Sal Saperstein), Chase Sui Wonders (Quinn Hackett) e Kathryn Hahn (Maya). Contudo, a grande surpresa é o número expressivo de participações especiais de peso que se tornam incontáveis durante toda a série – aqui é válido manter o mistério pelo bem do elemento surpresa.
Essas aparições, que são grandes responsáveis pelo sucesso imediato da série, não são meros acenos ao público e estão inseridas na narrativa como peças funcionais que ajudam a desenvolver os temas centrais: fama, reputação, cancelamentos virtuais e o constante embate entre criatividade e mercado.


Uma comédia que reflete o mercado atual
A proposta de O Estúdio é usar o humor como ferramenta para abordar temas atuais da indústria, como a dependência de franquias, o uso de rostos conhecidos para atrair público, a pressa por resultados e a captalização do entretenimento.
Tudo isso é apresentado com um ritmo dinâmico, com cenas marcantes e um texto afiado. Entre eventos promocionais, sets de filmagem e cerimônias de premiação, cada episódio apresenta um retrato do cotidiano de um estúdio tentando se manter relevante em meio à dinâmica imprevisível de Hollywood.
Apesar de retratar um universo específico, a série oferece pontos de identificação com quem acompanha o mercado audiovisual ou simplesmente gosta de saber o que acontece por trás das câmeras. Com roteiro de Frida Perez, Peter Huyck e Alex Gregory, a produção também levanta questionamentos sobre o que é considerado arte e o que é apenas mais um produto da indústria.
O Estúdio está disponível no Apple TV+ e promete se tornar um dos carros-chefe do streaming ao lado de Ruptura.
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