Se você achava que The Big Bang Theory tinha acabado para sempre, pode respirar aliviado, ou não. A franquia está prestes a ganhar mais um spin-off, dessa vez focado em Stuart Bloom (Kevin Sussman), o dono da icônica loja de quadrinhos. Junto com ele, retornam Denise, sua namorada e gerente assistente, Barry Kripke, o físico mais irritante da Caltech, e Bert Kibbler, o simpático geólogo.
A ideia de revisitar esses personagens pode até parecer promissora, mas há um detalhe que não está agradando muita gente: o spin-off será exclusivo da Max (antiga HBO Max), diferentemente das outras séries da franquia, que foram exibidas na CBS (Tv aberta americana). Essa mudança pode parecer apenas um detalhe técnico, mas, na prática, pode transformar completamente o tom da série, e talvez não para melhor.

A escolha da Max não foi por acaso, e isso pode ser ruim para os fãs
Se você se perguntou por que essa nova série não está na CBS, a resposta é simples: dinheiro. A Warner Bros. Discovery, que controla a Max e também produz The Big Bang Theory, decidiu lançar o spin-off diretamente no streaming como uma forma de atrair assinantes. A CBS, que exibiu a série original por 12 temporadas e depois apostou em Young Sheldon, nem sequer foi consultada sobre o projeto.
Isso significa que o foco principal dessa nova produção não é exatamente continuar o legado da série, mas sim fortalecer a Max como plataforma. Para a empresa, faz sentido: a série original e Young Sheldon tiveram números impressionantes em serviços de streaming, então nada mais lógico do que capitalizar em cima desse público. Para os fãs, no entanto, essa decisão pode ter consequências preocupantes.
Temporadas mais curtas podem prejudicar o spin-off
Se tem algo que fez The Big Bang Theory e Young Sheldon funcionarem tão bem foi o número alto de episódios. A série original teve 279 episódios ao longo de 12 anos, enquanto Young Sheldon acumulou 141 em sete temporadas. Já Georgie e Mandy: Seu Primeiro Casamento, que está na CBS, seguirá o mesmo modelo, com temporadas longas e exibição semanal.
Mas a história muda quando falamos de streaming. Séries produzidas para plataformas como a Max geralmente têm temporadas curtas, com cerca de 10 episódios, ou menos. Para quem gosta de acompanhar sitcoms por longos períodos, essa é uma péssima notícia.
Afinal, um dos maiores trunfos desse tipo de série é justamente criar uma sensação de familiaridade. Quem não se lembra dos episódios aleatórios de Friends, Brooklyn Nine-Nine e The Office, que pareciam não avançar na história principal, mas eram puro entretenimento? No modelo de streaming, onde cada episódio precisa ser mais direto e focado na trama, a série pode perder esse charme e ficar com um ritmo mais acelerado e menos envolvente.
E sejamos honestos: será que uma história centrada no Stuart precisa mesmo de uma trama superelaborada?
O tom do humor pode mudar, e não para melhor
Outra preocupação dos fãs é o possível impacto no tom do humor da série. The Big Bang Theory seguiu a fórmula clássica de sitcom, com piadas rápidas, público de estúdio e aquele humor exagerado que fez sucesso por mais de uma década. Mesmo Young Sheldon, que tinha um tom um pouco diferente, manteve a leveza característica da franquia.
Mas quando um projeto migra para o streaming, mudanças acontecem. Séries feitas para plataformas como a Max costumam apostar em narrativas mais cinematográficas, roteiros mais densos e até mudanças no estilo das piadas. Isso pode ser um problema para quem espera uma continuação no mesmo espírito de The Big Bang Theory.
Outro ponto: sem os limites impostos pela TV aberta, a série pode até apostar em um humor mais ácido ou situações mais ousadas, o que nem sempre combina com a leveza e o carisma da franquia.
O spin-off pode ter menos impacto do que o esperado
Mesmo com todos esses desafios, a nova série ainda tem algo a seu favor: os personagens já são conhecidos e queridos pelo público. Stuart e Denise formavam um dos casais mais interessantes de The Big Bang Theory, Barry Kripke era um antagonista engraçado e Bert Kibbler, apesar de aparecer pouco, sempre rendia boas cenas.
Essa familiaridade pode ajudar o spin-off a funcionar, já que o público não precisará perder tempo conhecendo novos protagonistas. Em vez disso, a série pode mergulhar diretamente em novas histórias, o que pode ser uma vantagem se os roteiristas souberem equilibrar a nostalgia com novas abordagens.
Mas será que isso será o suficiente para compensar as mudanças impostas pelo modelo de streaming?
O futuro do universo de The Big Bang Theory
Enquanto Georgie e Mandy: Seu Primeiro Casamento segue sua trajetória na CBS com temporadas longas e bem estruturadas, o novo spin-off na Max ainda é uma grande incógnita. Se a série for um sucesso, pode abrir caminho para mais projetos do universo The Big Bang Theory dentro do streaming.
Mas se a recepção for morna, pode ser um sinal de que a franquia funciona melhor no formato tradicional da TV aberta. Uma coisa é certa: os fãs terão que se acostumar com um novo formato, e pode ser que essa mudança nem sempre seja para melhor.
Todas as temporadas de The Big Bang Theory estão disponíveis na Max, assim como Young Sheldon.
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